A cidade é como um jardim. Tudo o que se planta deve ter um aspecto decorativo. Não se pode imaginar um jardim sem um plano bem elaborado de belos canteiros, cuidados com esmero, ornados com espécies agradáveis à vista e plantados com uniformidade embelezadora. É o melhor atestado do bom gosto do jardineiro que o cultiva. Quando nos deparamos com um terreno tomado pelas macegas e pelo lixo, sabemos que se trata de uma propriedade abandonada ou com um proprietário desleixado, suscetível até de ser multado pelo gestor municipal. A arborização da cidade obedece às mesmas regras de um jardim bem cuidado. As espécies devem ser diligentemente escolhidas pelo seu aspecto decorativo e adequação ao meio urbano.
Não devem interferir com as necessidades viárias e com os equipamentos urbanos. Além disso, devem receber cuidados permanentes de poda e controle fitossanitário. Poucas cidades possuem, como Santa Maria, um ornamento de matas nativas, que a circundam, cobrindo os morros de um tapete verde de causar inveja. É o nosso cartão de visitas. Ali, a natureza se excedeu em belezas. Os ipês roxos e amarelos colorem os morros. A nossa árvore símbolo é o ipê roxo. Isso desde os tempos de Imembuí. É o nosso pulmão verde. A arborização da cidade, portanto, deve visar somente a decoração e o sombreamento. Para isso já existe um plano diretor elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente. São regras que devem ser obedecidas e implantadas paulatinamente. É necessária a substituição progressiva dos exemplares que destoam do planejado. Nossa Avenida Rio Branco deverá ser embelezada e transformada num jardim.
Não poderemos apresentar um aspecto agradável à vista enquanto perdurar certas curiosidades provincianas: na segunda quadra, pouco abaixo do Banco do Brasil, existe uma laranjeira carregada de frutos... Pinus Eliot é um espécime florestal, destinado à produção de madeira! Guapuruvu é uma árvore de grande porte, quebradiça e suscetível de produzir acidentes! Tudo isso existe na nossa Avenida, além de uma mixórdia de arbustos plantados por indivíduos bem- -intencionados, mas sem nenhuma informação. Imagine isso tudo numa avenida de Paris! A grande metrópole viraria um fundo de quintal... É o que temos em nossa cidade e a prefeitura está lutando para mudar. Vejam a Av. Maurício Sirotsky: ali tem de tudo - eucaliptos, paineiras, laranjeiras, pinus ao lado de soberbas canafístulas. A Avenida Presidente Vargas necessita urgentemente de uma definição de espécime e uniformização.
Causa tristeza olhar aqueles jacarandás retorcidos, cheios de parasitas, com galhos secos e podres, além de uma quantidade de outras árvores, remanescentes de arborizações anteriores, que deveriam ser trocadas. Agora os jacarandás estão floridos, alguns saudáveis e lindos e a maioria doente e feio. A prefeitura poderia fazer um convênio com a UFSM que, através de seu curso de Engenharia Florestal, contribuiria com técnica e conhecimento para transformar nossa cidade e equipara-la às bem cuidadas do planeta. Nossas avenidas estão carentes de cuidados especiais. Substituição de exemplares doentes. Podas de condução e de limpeza, com retirada de galhos secos, parasitas e fungos. Do contrário permanecerá uma visão triste de descaso e abandono. Esse é o Meio Ambiente saudável que queremos!